terça-feira, 29 de maio de 2018

DC - A Piada Mortal


O excelente trabalho que foi feito nos flashbacks, colocando-os em meio a história central, usando uma narrativa que te faz ter uma empatia com o personagem, uma história que no final se costura com a trama principal, o que na minha humilde opinião, essa origem do Coringa que é contada, é mais plausível, (agora viajando mais ainda, mas qual Coringa? Entrando naquela paranoia de existirem 3 Coringas). Já que citei sobre a cronologia, a influência que essa história teve, adotando para a linha temporal da DC a Barbara como paraplégica, surgindo um novo personagem, a Oráculo, que perdurou até os Novos 52. 



Falando do roteiro em si, contado na história de “origem” e utilizado pelo Coringa para enlouquecer Jim Gordon, e toda a filosofia e reflexão da história, basta apenas “Um dia ruim” para mudar uma pessoa para sempre, para ela romper barreiras, ultrapassar os limites, a linha tênue entre a realidade e a insanidade, que ao meu ver acaba sendo uma viagem sem volta na grande maioria dos casos. Traz a reflexão da nossa sociedade, um dia ruim basta para um pai entrar para o crime porque seu filho não tem leite para beber e acaba sendo uma bola de neve, a pessoa vê a facilidade e não tem mais volta, a pessoa mata para roubar, a pessoa começa a dar golpes nos outros, começa a explorar as fragilidades de pessoas “normais” ou certinhas e tudo se perde, é uma discussão bem mais ampla que dá para seguir para N lados.

O outro ponto, aquele que tornou essa história tão famosa, é a violência contra mulher, além do tiro a queima roupa, tem as fotos da Barbara nua (e violentada?), que dão a entender que ela foi estuprada, mesmo não dando detalhes e nem mencionando, a mensagem que ficou foi essa, o Coringa passou do ponto nessa, foi muito cruel, sanguinário, desgraçado e demasiadamente foda como vilão, e um violão “humano”, sem efeitos espetaculares, gás em toda cidade e coisas do tipo, uma violência típica da nossa sociedade e que acaba (infelizmente) deixando essa história atemporal, pois lá se vão exatos 30 anos dessa publicação e continuamos a falar e cada vez mais expor, a violência contra mulher e campanhas contra isso.

Voltando a questão de que “um dia ruim basta para mudar uma pessoa para sempre”, é feito um paralelo psíquico do Batman com o Coringa, onde um é a antítese do outro (pelo menos esse Coringa), onde ambos tiveram um dia ruim que mudou TUDO em suas vidas, no caso do Batman também ultrapassando os limites, numa espécie de insanidade também, mas para combater o mal, muitas vezes passando daquela linha tênue que comentei anteriormente, da insanidade, dos limites normais mas que ele consegue ter um controle, ter um freio, impor um limite depois dos limites, já o Coringa não tem limites.

Resumindo, essa não é uma história do Batman.

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